terça-feira, 7 de junho de 2011

As Bases Matemáticas da Tensão Alternada


Olá a todos. Venho através deste post lançar as bases matemáticas para o estudo e a compreensão dos fenômenos em tensão alternada. Dessa forma, é possível para eu fazer um post sobre tensão alternada sem me preocupar se alguém não irá compreender alguma expressão ou ideia. Espero que este post fique bastante claro e que todos tenham suas dúvidas esclarecidas, podendo então aprofundar um pouco mais o estudo da tensão alternada.

Primeiro ponto que será abordado será a função trigonométrica que representa um sinal alternado. A função em questão assume a seguinte forma:

[;V(t)=V_p.sen({\omega}.t+{\Delta}{\theta});]

Essa é uma função, que relaciona valores de tensão (variável dependente) a valores de tempo (variável independente). Como podemos ver, essa função envolve o seno. De que maneira? O sinal estudado em questão é uma senóide, que se origina da função seno. Porém a função seno assume valores de, no máximo, 1 e -1. Por isso essa função seno é multiplicada pelo valor de tensão de pico, para que o gráfico do sinal "alcance" os valores de pico positivo e negativo.

Outra característica importante no estudo de uma função é o estudo de sua raiz, ou como se chama, o zero da função. Assumindo que [;t=0;] vemos que iremos obter:

[;V(t)=V_p.sen({\Delta}{\theta});]

Delta theta ([;{\Delta}{\theta};]) representa a fase inicial do sinal. Se esse termo não existir (ou seja, for zero) significa que o sinal começa no ponto zero. Se esse termo não for nulo, isso significa que a tensão no instante zero não será zero, mas corresponderá ao seno de [;\Delta\theta;] multiplicado pelo valor de tensão de pico. É interessante observar que se [;\Delta\theta;] corresponder a 90º, a tensão no instante zero será igual ao valor de pico positivo (para +90°) ou negativo (para -90°). Com isso, dizemos que o sinal tem uma fase inicial de [;\Delta\theta;]. Também gostaria de deixar claro que existem outras letras gregas que também são usadas para representar esse ângulo.

O segundo ponto a ser abordado é a representação por números complexos. Gostaria de começar explicando o que são números complexos. Na escola aprendemos que não existe nenhum número real que seja raiz de um número negativo. Isso é verdade, não há nenhum número real que satisfaça essa propriedade. Porém o que não é explicado é que existem números que não são reais e resolvem, por exemplo, a seguinte expressão:

[;x=\sqrt{-4};]

Os números que resolvem raízes negativas são chamados imaginários. Veja a linha de raciocínio seguida pelos matemáticos:

* -4 pode ser obtido pela multiplicação de -1 por 4, então:

[;\sqrt{-4}=\sqrt{-1}.\sqrt{4};]

* Raiz quadrada de quatro, como bem sabemos, é dois. Então:

[;\sqrt{-4}=2.\sqrt{-1};]

* Agora vamos supor que exista uma unidade chamada [;i;] tal que [;\sqrt{-1}=i;], então:

[;\sqrt{-4}=2i;]

E assim foi criado o conceito de número imaginário. Um número que, a princípio, não existe, mas nos serve para resolver equações.

Sendo assim, com o passar do tempo, a conhecida reta real (a reta que contém todos os números reais) ganhou mais um eixo perpendicular, o eixo imaginário. Assim é possível dispor todos os números conhecidos em um plano cartesiano, identificando-os pela sua parte real e pela sua parte imaginária.

Com isso foi percebido uma outra forma de representar esses mesmos números, conhecida como forma polar. Na forma polar, a gente informa o módulo (o comprimento) do vetor, e o ângulo entre esse vetor e o eixo "x" (eixo real). Mas é importante, quando se trabalha com os números complexos, ter a capacidade de converter da representação cartesiana para a forma polar. Isso é muito fácil e a explicação segue abaixo:


Quando temos a representação cartesiana, temos um número na forma [;a+bi;]. Esse número tem uma parte [;a;] no eixo real e uma parte [;b;] no eixo imaginário. Para determinar o módulo [;Z;] desse número, basta simplesmente aplicarmos o teorema de pitágoras. Então temos:

[;Z=sqrt{a^2+b^2};]

O ângulo desse número pode ser descoberto achando-se a tangente do número e depois aplicando a função [;arctg;] ou [;tg^{-1};]. Então temos que:

[;\theta=arctg(\frac{b}{a});] com o ângulo em graus ou radianos, dependendo da programação de sua calculadora.

Para converter da forma polar para a cartesiana usamos um processo que é muito mais simples. Teremos um número na forma [;Z|\theta;] e teremos que passar para a forma [;a+bi;] onde:

[;a=Z.cos\theta;]

e

[;b=Z.sen\theta;].

Mas por que devemos aprender a fazer essa conversão, se as duas formas representam a mesma coisa? O principal motivo é que é mais comum, na área elétrica/eletrônica, representarmos na forma polar. Porém é muito mais simples efetuar somas e subtrações na forma cartesiana. Por isso é importante, para facilitar nossos cálculos, dominar essa técnica de conversão.

Para somar, usamos a forma cartesiana. A soma consiste em simplesmente somar as partes reais com as partes reais, e as partes imaginárias com as partes imaginárias. A subtração consiste no mesmo processo, porém diminuindo as partes reais e imaginárias.

Para multiplicar ou dividir, convém que os números estejam na forma polar. Para multiplicar na forma polar, nós multiplicamos o módulo e somamos os ângulos. Para dividir, basta dividir os módulos e subtrair os ângulos. Bastante simples.

[;a+bi+c+di= (a+c)+(b+d)i;]

[;(Z_{1}|\theta_{1})/(Z_{2}|\theta_{2})=\frac{Z_{1}}{Z_{2}}|\theta_{1}-\theta_{2};]

Outra coisa que pode ser importante, para somar e subtrair usando o diagrama fasorial, é aprender a somar e subtrair vetores. Para isso usamos, principalmente, a regra do paralelogramo. Ele é um método geométrico bastante simples.

Consiste, basicamente, em desenhar os dois vetores com um mesmo ponto de origem e, a partir deles, traçar um paralelogramo. O vetor resultante da soma será aquele que vai do vértice de origem até o vértice oposto do paralelogramo. A figura abaixo exemplifica muito bem o método:

Para diminuir um vetor de outro, usamos o mesmo método, porém com uma observação. Se precisarmos efetuar [;\vec{A}-\vec{B};], desenharemos o vetor [;\vec{A};] e, ao desenharmos o vetor [;\vec{B};] nós o inverteremos, ou seja, iremos girá-lo 180°. Após isso, é só efetuar a soma pelo método do paralelogramo.



Com isso, espero que ninguém tenha dificuldades para compreender a análise do sinal alternado, que envolve bastante da matemática aqui explicada. Qualquer dúvida, estamos aí e não se esqueçam, estudem muito!!! Abraço e até semana que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário